quarta-feira, 16 de setembro de 2009

CONVIVÊNCIA

O cego precisa de oportunidades e não de piedade.

A cegueira traz limitações, mas o cego tem condições de ter uma vida normal.

A pessoa cega tem os mesmos interesses de uma pessoa que enxerga. Não a trate como um ser diferente.

Não limite o cego mais do que a própria cegueira impedindo-o de fazer o que ele sabe, pode e deve fazer sozinho.

A pessoa cega é capaz de fazer quase tudo o que uma pessoa que enxerga faz. Não se surpreenda ao ver um cego consultar o relógio ou discar o telefone.

O cego desenvolve recursos mentais existentes em todos os seres humanos. Não fale de sexto sentido nem de compensação da natureza, perpetuando conceitos errôneos.

Aceite a colaboração de um cego. Como qualquer pessoa, ele também pode ser útil.

A natureza dotou todos os seres de diferenças individuais. Não generalize os aspectos positivos ou negativos de um cego.

Fale diretamente com o cego. Não se dirija a ele por meio de seu acompanhante, supondo que ele não tem condições de compreendê-lo.

Deixe ao cego a escolha da maneira pela qual deseja ser guiado.

Em um meio de transporte ou numa escada, não o puxe nem o rode pelos braços, empurrando-o depois para uma cadeira. Coloque sua mão no encosto da cadeira para que ele possa sentar-se sozinho.

Ao orientar um cego, não diga apenas à direita ou à esquerda, aqui ou ali. Essas informações são falhas e imprecisas.

Conserve portas totalmente abertas ou fechadas. Portas entreabertas no caminho de um cego são um sério risco à sua integridade física.

Não deixe de alertá-lo sobre aspectos inadequados quanto à sua aparência física. Faça-o, contudo, com delicadeza para que ele não passe por situações constrangedoras.

Ao entrar num recinto onde se encontra um cego, fale com ele. Isso o ajudará a identificá-lo.

Ao encontrar um cego, não perca tempo com perguntas como "sabe quem sou eu?" nem se anuncie a todo instante quando ele já conhecer suficientemente sua voz.

Apresente seu visitante cego a todas as pessoas do grupo. Assim procedendo, você facilitará sua integração.

Ao apresentar um cego a outra pessoa, faça-o numa posição correta, evitando que ele estenda a mão para o lado contrário em que está a pessoa.

Se estiver conversando com uma pessoa cega, avise-o ao se afastar,principalmente se o local for barulhento, pois ele poderá continuar falando sozinho.

Oriente o cego durante as refeições apenas quando for estritamente necessário.

Auxilie sempre a pessoa cega que pretenda atravessar a rua ou se utilizar de um meio de transporte, ainda que outro deficiente tenha recusado sua ajuda. A maioria lhe agradecerá o gesto.

Procure atravessar a rua com o cego em linha reta, pois do contrário ele poderá perder a orientação.

Quando passear com um cego que já estiver acompanhado, deixe-o ser orientado só por quem o estiver guiando. Não é preciso pegá-lo pelo outro braço nem lhe dar avisos a todo instante.

Numa conversa com um cego, não evite a palavra cego nem substitua ver por ouvir.

É indelicado designar alguém por sua deficiência física. Não se dirija a um cego chamando-o de cego ou ceguinho.

Pela compreensão do que aqui ficou dito, você já estará contribuindo decisivamente para a superação dos preconceitos seculares que envolvem o cego e a cegueira

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